O pleito do próximo dia 15 traz, sem dúvida alguma, a maior e mais importante alteração no fazer política da nossa recente democracia. O fim das coligações nas eleições proporcionais é a grande alteração deste pleito. Ou seja, a partir de agora, todas as legendas têm que ter chapa completa, sem compor com outros partidos, para eleger os vereadores.
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Ficou nítido, ainda durante o período pré-eleitoral, um esforço redobrado nas legendas, tanto na formação das chapas, quanto na estratégia de campanha. O saldo disso tudo, em menos de duas semanas, é a tendência que legendas de pequeno porte devem sumir do mapa em cidades menores. E é bem provável que isso ocorra, ainda que de forma mais tímida, em Santa Maria.
É o darwinismo político que veio para, de certa forma, limar o cipoal de legendas criadas sem qualquer propósito e que, nada mais, visam acessar o Fundo Partidário. Ou seja, o dinheiro do contribuinte para bancar legendas fisiologistas.
TERRENO
É possível que tenhamos um recuo de siglas tradicionais do espectro da esquerda _ como o PT, PSB, PCdoB e Rede. Da mesma forma, outros gigantes podem sofrer um encolhimento: MDB e PSDB. Há a possibilidade, a ser confirmada logo mais, que os maiores vencedores dessa eleição sejam os partidos do centro: Progressistas, DEM, PSD, Republicanos. Claro que isso é, até o momento, mera especulação.
DESAPARECIMENTO
Outro ganho deste pleito, com a vedação das coligações proporcionais, é que os partidos menores precisarão, a observar a realidade de cada município, atingir o quociente sem a ajuda das alianças.
Isso funciona como uma espécie de cláusula de barreira informal. Com o fim das coligações, a expectativa é de que o jogo fique mais difícil para partidos pequenos. O que, julgo, será um ganho à sociedade. Precisamos em nossa democracia fortalecer e tornar conhecidos aqueles partidos já devidamente colocados no jogo político. Não precisamos nem suportamos mais bancar siglas que surgem com fins nada republicanos.